563 e meio
os especialistas garantiam que ler fazia bem;
mesmo que se tratasse de merda bem encapada que nos serviam nas livrarias, ou nem isso livrarias;
convinha termos opinião sobre as obras, sobre as que líamos e as que não líamos, e por que é que as não líamos sem nunca as ter lido;
líamos em várias línguas, livros uns a seguir aos outros. éramos saudáveis no ler como no ginásio, aquilo era uma indústria e nunca se editara tanto: no mínimo era lançado um livro novo por dia.
havia quem fosse famoso e vendido sem nunca ser lido por ninguém, muito menos por gente séria;
tal como ninguém votara em cavaco silva apesar de ele ser Presidente da República.
os outros tinham mais do que fazer do que ler.
ler ou não ler lendo.
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