425
A pobreza ética aguça a engenharia financeira.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
419
passeias
pelo passeio
na parte velha da cidade.
é primavera,
estás deslumbrado:
não consegues tirar os olhos das fachadas.
a luz, as pessoas à janela, o rebuliço do outro lado da rua,
todos os belos lugares-comuns que leste nos textos de alguém.
que comprazimento, que completude!
Lisboa em todo o seu esplendor.
até pisares uma bosta.
passeias
pelo passeio
na parte velha da cidade.
é primavera,
estás deslumbrado:
não consegues tirar os olhos das fachadas.
a luz, as pessoas à janela, o rebuliço do outro lado da rua,
todos os belos lugares-comuns que leste nos textos de alguém.
que comprazimento, que completude!
Lisboa em todo o seu esplendor.
até pisares uma bosta.
sábado, 16 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
408
1º sonho de Calvino
Do alto de mais de trinta andares, alguém atira da janela abaixo os sapatos de Calvino e a sua gravata.
Calvino não tem tempo para pensar, está atrasado, atira-se também da janela, como que em perseguição.
Ainda no ar alcança os sapatos.
Primeiro, o direito: calça-o; depois, o esquerdo.
No ar, enquanto cai, tenta encontrar a melhor posição para apertar os atacadores.
Com o sapato esquerdo falha uma vez, mas volta a repetir, e consegue.
Olha para baixo, já se vê o chão.
Antes, porém, a gravata; Calvino está de cabeça para baixo e com um puxão brusco a sua mão direita apanha-a no ar e, depois, com os seus dedos apressados, mas certeiros, dá as voltas necessários para o nó: a gravata está posta.
Os sapatos, olha de novo para eles: os atacadores bem apertados; dá o último jeito no nó da gravata, bem a tempo, é o momento:
chega ao chão, impecável-
Gonçalo M. Tavares, in 'O Senhor Calvino'
1º sonho de Calvino
Do alto de mais de trinta andares, alguém atira da janela abaixo os sapatos de Calvino e a sua gravata.
Calvino não tem tempo para pensar, está atrasado, atira-se também da janela, como que em perseguição.
Ainda no ar alcança os sapatos.
Primeiro, o direito: calça-o; depois, o esquerdo.
No ar, enquanto cai, tenta encontrar a melhor posição para apertar os atacadores.
Com o sapato esquerdo falha uma vez, mas volta a repetir, e consegue.
Olha para baixo, já se vê o chão.
Antes, porém, a gravata; Calvino está de cabeça para baixo e com um puxão brusco a sua mão direita apanha-a no ar e, depois, com os seus dedos apressados, mas certeiros, dá as voltas necessários para o nó: a gravata está posta.
Os sapatos, olha de novo para eles: os atacadores bem apertados; dá o último jeito no nó da gravata, bem a tempo, é o momento:
chega ao chão, impecável-
Gonçalo M. Tavares, in 'O Senhor Calvino'
Posta por
Brumo Gomas
às
12:45
Sem comentários:
Etiquetas:
corpos em queda,
espalharmo-nos ao comprido,
gonçalo m. tavares,
lucidez
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Subscrever:
Mensagens (Atom)