oitenta e três
em cada português, um solipsista.

Fernando Negrão candidato confusão

IPPAR [se órgão = extinção] = EPUL [se órgão = extinção] = EPAL [se órgão = extinção]

cortesia: RCP

oitenta e dois e meio
« - manifestações de carro não! São buzinões, se faz favor. Quanto muito marchas lentas de carro, vá.»
Fica reposta a verdade - que tanto perseguimos.

oitenta e dois
fazer manifestações de carro.

oitenta e um
a propóstio de joe berardo:
já reparou que...
...Portugal tem mais um caciquezeco novo-rico?

oitenta
entalar
nas ceroulas
as fraldas
das camisas
rebeldes.

setenta e nove
antes de mais, talvez devessemos todos tentar dizer 'sal-si-cha' em vez de 'sal-chi-cha'.
depois talvez pudessemos dar opiniões.

setenta e oito
a sorte que temos em estarmos vivos.

setenta e sete e meio e meio e meio e meio
portugueses, deixemos tudo como está (para não estragar ainda mais).
«- deixa estar, não mexas mais!
deixa estar tudo como está
não vá escangalhar-se alguma coisa.»

setenta e sete e meio e meio e meio
ser português é relativizar tudo.
« - Bem, isso depende, é relativo.
Aliás, não vamos mais longe:
tudo é relativo!
etc.»

setenta e sete e meio e meio
um português patriota ainda é um português bimbo ou de extrema-direita.

setenta e sete e meio
só estar bem onde não se está.

setenta e sete
ter vergonha de ser português.

setenta e seis
dizer mal da função pública.

setenta e cinco
dogma 75: o melhor arroz doce é o da minha avó.

Porque é que Laurinda Alves gosta tanto de Fernando Pessoa?

LAURINDA ALVES:
«Deixo aqui o texto inspirador de Fernando Pessoa que foi lido em voz alta neste fim de tarde inesquecível:
'Posso ter defeitos,
viver ansioso e ficar irritado algumas vezes
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo,
e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…'»
LAURINDA ALVES, 13Abril2007, in PÚBLICO

Parece escrito pelos Toranja, não parece?

setenta e quatro
Portugal: país que trata direitos elementares como privilégios.
E onde quem governa muito provavelmente não sabe sequer escrever PRIVILEGIADO.

beastie boys na aula magna:

o desconcerto do ano.

suricata homem suricata + portuGalo © 2007

setenta e três
Nos dias em que é suposto fazer 'bom' tempo, mas faz 'mau', como hoje,
os meteorologistas costumam ter a amabilidade de nos consolar:
«- a chuva, má para a praia, é muito boa para a agricultura, nomeadamente para as culturas de regadio, etc. e tal.»
Ora já que ninguém devolve a amabilidade, PortuGalo sente-se no dever de advertir os srs. meteorologistas para o seguinte: há já alguns anos que não existe agricultura em Portugal.

setenta e dois
Portugal: há 864 anos a lançar pontes
(entre 5.ªs e Sábados e entre Domingos e 3.ªs feiras)

setenta e um e meio
o crime não compensa:
o crime enriquece.

setenta e um
desviar milhões,
pagar a caução de milhares
e sair em liberdade.

ministério da educação
cada tiro, cada melro.

setenta
fazer ponte: a proto-manifestação anti-capitalista favorita dos portugueses.

sessenta e nove
«- Pergunta-me o que é que eu acho das manifestações contra os países do G8?!
...humm... Ora...
Bem, assim de repente...
...deixe lá ver...
...espere lá, não se vá embora.
Vão maz'é trabalhar, vagabundos! Se isto dependesse deles, ainda vivíamos em cavernas!»

sessenta e oito
somos tão bons a fazer ponte.

sessenta e sete
os portugueses recebem bem os estrangeiros.

sessenta e seis e meio e meio e meio
«- Pelo seu ar, vê-se logo que é de filosofia...»

sessenta e seis e meio e meio
ter jeito para psicologia (-«...acho que devias era seguir psicologia...»)

sessenta e sete
ser artista ou lavar a loiça.

a ansiedade do status
obrigatório ver hoje na rtp2 às 23h45.

sessenta e seis e meio
...ou um tocador de djambé em potência.

sessenta e seis
em cada português, um fotógrafo.

sessenta e cinco
cheira a palavra sovaco.