seiscentos e oito
era uma vez um rapaz que nadava para manter a forma.
nadava, nadava muito,
para ficar em muito boa forma.
nadava sempre mais do que alguém que entrasse na piscina para nadar.
e estava cada vez mais forte e musculado,
sempre e cada vez mais em forma.
um dia,
depois de ter acabado de bater os registos pessoais
de distância percorrida e rapidez
- os anos que foram precisos para aqui chegar, pensou -
sentiu que a sua respiração estava diferente.
encostou-se num dos lados da pista 6
- que irritante aquela gente toda a nadar a ritmos tão diferentes e nessa pista só se conseguir nadar bruços numa das direcções por causa da parede -
ainda teve tempo de tirar a touca e os óculos
e de imaginar o que estavam a fazer
aqueles que amava.
morreu em excelente forma.
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