notícias do presidente aqui mesmo
«camarada, compañero: hasta la vitoria, siempre! venceremos!»
Mas como não estamos e para ver se nos entendemos, compilemos pois então:
• o fardo e o kinder surpresa
• o cheque ou a nota!
• estás aqui, estás a comer
• também não passa despercebido ao João Paulo Guerra
É com disfarçável orgulho que este é o primeiro blogue (seja o que isso for, que é quase nada) a arrepender-se oficialmente de ter defendido e apoiado o voto SIM no referendo de 11 passado - embora a resposta à pergunta continue a não levantar quaisquer dúvidas.
Vamos ao que interessa:
- horas depois de anunciados os resultados, já altos responsáveis governamentais da Saúde, deputados, líderes de bancada e outros chulos oficiais, anunciavam que o aconselhamento das mulheres não seria obrigatório na futura IVG despenalizada;
- ora, isto significa que o aborto não foi despenalizado, foi liberalizado. É bem diferente do que foi veiculado durante a campanha pelo sim e criticado pelo não. E assim muitos totós foram na cantiga.
Nada mais irresponsável e mentiroso.
- pelo que foi dito, o SNS vai ser totalmente demitido da obrigação de prestar uma Interrupção Voluntária da Gravidez responsável às mulheres; haverá uma incapacidade de resposta, filas de espera, por parte dos serviços públicos para responder a todos os pedidos indiscriminados de IVG;
- para piorar ainda mais a situação, a quantidade de directores clínicos que declararam objecção de consciência e que impedirão os hospitais que «dirigem» de praticar abortos;
Temos então que:
> a incapacidade do Serviço Nacional de Saúde em responder aos pedidos de IVG, fará avançar as clínicas privadas; já aí estão;
> por isso, os abortos em portugal deixarão a clandestinidade para passarem a ser serviços de luxo; as mulheres ricas continuarão a abortar como abortavam antes, mas mais perto de casa;
> corolário: as mulheres que mais precisam, as pobres, continuarão a abortar em vãos de escadas.