O regresso da "versão oficial" em pleno 25 de Abril

33 anos depois do 25 de Abril, a comunicação social volta a fazer uso da expressão "versão oficial" para comprovar um facto que decide noticiar.

Aconteceu na notícia sobre a manifestação contra o fascismo em pleno dia 25 de Abril de 2007.

Sobre a desmesurada carga policial, os media não ouviram uma única pessoa que tenha estado presente ou testemunhado o que se passou, «preferindo» aguardar pela "versão oficial", neste caso da própria PSP (aqui está um testemunho).

Resultado: mentiu.

Vale a pena comparar a realidade com a versão oficial:

Aqui está um vídeo;

Outro testemunho;

Mais outro.

A "versão oficial" corresponde à versão de quem tem poder, ou autoridade. Neste caso, do Estado, porque é o estado que detém o poder. Serve para legitimar abusos de autoridade, ou para veicular mentiras. Tal como a expressão terrorista é utilizada para neutralizar 'moralmente' indivíduos ou grupos que ameacem o poder vigente. Nélson Mandela e Xanana Gusmão: eis dois famosos terroristas.

Importa recordar que de "versões oficiais" está o inferno da História cheio:

a guerra colonial portuguesa;

a guerra no Iraque;

o apartheid na África do Sul;

as guerras civis de Angola, Moçambique ou Timor;

a guerra do Vietname;

os regimes totalitários em geral;

etc.

Para quem aproveita estes acontecimentos para tentar nivelar extrema-esquerda e extrema-direita, um recado apenas: a única coisa que os primeiros não toleram são os segundos - justamente por serem intolerantes.
De resto, a esquerda é tolerante por definição e bate-se pela igualidade entre géneros, povos e oportunidades. Não haja confusões.

Para os que não são de extremos: só temos pena pelos que serão sacrificados em seu lugar;
dos moderados não rezará a História; o seu lugar é no cantinho dos covardes, como os que "não deram por nada" encafuados que estavam nas suas vidas medíocres.